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Frei José Bocci

Na audiência do dia 23 de fevereiro, o papa Francisco autorizou o cardeal Marcello Semeraro, prefeito do Dicastério das Causas dos santos, a promulgar o Decreto super virtutibus et fama sanctitatis de frei José de Sant’Epídio a Mare, no século, José Bocci, sacerdote professo da Província de Picena.

O servo de Deus nasceu em La Corva, uma pequena fração de Sant’Elpidio a Mare no dia 15 de março de 1885. Ao ser batizado recebeu o nome de Júlio José Patrício. Ainda adolescente, Júlio e seu irmão Ricardo foram conduzidos pelo pai ao Convento dos Capuchinhos de Fermo, com o intuito de serem admitidos à vida religiosa. No dia 20 de março, com só apenas treze anos, Júlio recebe o hábito capuchinho e no dia 2 de junho de 1900, no convento de Camerino, iniciou o ano de noviciado recebendo as vestes da provação e o novo nome: frei José de Sant’Epídio. No dia 20 de junho de 1901 emitiu os votos temporários de pobreza, castidade e obediência, e no dia 23 de setembro de 1905, na Catedral de Pésaro, recebeu a tonsura e as quatro ordens menores. Em 1907, em uma rápida sucessão, emitiu a profissão perpétua no dia 2 de novembro, o sub-diaconato no dia seguinte, o diaconato no dia 14 de dezembro para enfim, no dia 21 de dezembro de 1907, ser ordenado sacerdote. O servo de Deus com apenas 23 anos, na noite de Natal, celebra sua primeira missa na Igreja dos Capuchinhos de Pésaro.

Terminado os estudos, o Servo de Deus recebe a sua primeira “obediência”: é transferido ao convento de Camerino com a missão de ser o vice-mestre dos noviços. Em setembro de 1910 é transferido a Jesi como diretor dos estudantes do Liceu, e no ano seguinte é destinado a Montegiorgio como “Presidente” (guardião) da fraternidade capuchinha. No ano sucessivo, em setembro de 1912, a obediência lhe envia ao convento de Cingoli com a missão de ser Mestre dos Estudantes, e sucessivamente, em 1915, também como “Presidente” (guardião) da fraternidade.

Com o começo da Primeira Guerra Mundial, o Servo de Deus foi convocado pelas forças armadas de seu país e destinado à 7ª Companhia Sanitária em Ancona para depois ser destinado aos hospitais de Gênova, Costa Maser, Minerbe e por fim, Thiene.

Após ser dispensado e retornar à Província, o Servo de Deus foi enviado ao convento de Cingoli como “Presidente” e professor no Colégio Seráfico para, logo depois, ser destinado a Civitanova, na Província das Marcas. Com a mudança do Estudantado para Pésaro, ocorrido em 1928, também o Servo de Deus foi transferido.

No ano de 1932 frei José funda oficialmente a Obra das Vocações, ao mesmo tempo, em que se dedica também à redação de um pequeno jornal chamado “Paz e bem”. Como diretor local da OFS, começou a reunir em torno de si um grupo de mulheres e jovens, aquelas que seriam as futuras pias zeladoras, damas que se dedicariam de maneira total ao cuidado e promoção das vocações sacerdotais e religiosas. Deste primeiro grupo, em 1943, nasceram as Irmãs Franciscanas das Vocações. No dia 6 de janeiro de 1945, com as primeiras duas jovens, se inicia a experiência de vida religiosa comum do nascente Instituto, que em um primeiro momento viverão em uma pequena ala do convento de Pésaro, para logo depois, em 1949, serem transferidas para a Casa Franciscana, um convento construído especialmente para elas.

O servo de Deus continuará trabalhando para o crescimento da Obra das Vocações e o desenvolvimento do Instituto das Irmãs Franciscanas das Vocações que entre os anos de 1960 e 1972 abriram novas presenças em Spello, Bari, Castelmonte, Loreto, Salvador-Brasil, e Corinaldo.

Os últimos dias do nosso Servo de Deus foram transcorridos na oração e no recolhimento da sua cela, onde falece no dia 23 de novembro de 1974, sendo sepultado no cemitério de Pésaro. No dia 21 de outubro de 1995 os seus restos mortais são trasladados para a Igreja dos Capuchinhos em Pésaro.

Como principais destaques da sua vida poderíamos mencionar a intensidade com que viveu o seu chamado à vida religiosa e ao ministério sacerdotal na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, embora sem manifestações excepcionais ou sinais aparentes, mas buscando fazer da melhor maneira possível todas as coisas da vida ordinária. O seu segredo para viver a sequela de Cristo foi sem dúvida a contemplação unitiva ao Cristo Crucificado, que o sustentou no duro trabalho vocacional, marcado por dificuldades, incompreensões, humilhações, desilusões- que por si só a vida não economizou- como também pela fragilidade da saúde.

Da espiritualidade capuchinha o nosso servo de Deus recebeu o dom de viver na pobreza, desprendendo-se de si, com espírito de sacrifício e  confiança na Providência divina e nos irmãos. Os seus simples e escondidos gestos de paciência, calma e serenidade tinham a sua fonte na oração e na celebração da Eucaristia.

Cabe ainda ressaltar o seu grandíssimo amor pela Igreja, reconhecida como sacramento de salvação para a humanidade, presença viva e operante do mesmo Jesus que solicita a colaboração do homem para o crescimento do Reino de Deus. Essas características o tornaram um incansável promotor vocacional: sempre envolvido e buscando novas propostas de promoção vocacional e sempre rezando pelo sustento das vocações sacerdotais. Fr. José confiou à Maria, Virgem feito Igreja, todos os seus trabalhos e projetos, bem como o seu esforço de perfeição.

O processo diocesano sobre a vida, virtudes e fama de santidade do Servo de Deus que se abriu em Pésaro, no dia 29 de setembro de 1995, finaliza a sua primeira etapa com o reconhecimento das virtudes heroicas. Um milagre abriria o caminho rumo à sua beatificação.

Fr. Carlo Calloni, OFMCap

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Última modificação em Sábado, 18 Março 2023 09:54
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