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A Formação no Centro das Nossas Estruturas

Neste pequeno espaço gostaria de falar-vos sobre três importantes desafios e propostas de como realizá-los nas diversas circunscrições.

Na Cúria geral, atualmente estamos trabalhando em uma comissão chamada Comissão da Perseverança e da Fidelidade, cujo objetivo é identificar quais são verdadeiramente as principais razões do abandono da vida religiosa por parte de alguns irmãos. Antes mesmo da finalização deste trabalho, acreditamos ter a intuição daquilo que devemos fazer para evitar que aconteça tantas desistências e saídas: ao que parece, é urgente reforçar os espaços de formação, em todas as circunscrições, criando verdadeiramente ambientes saudáveis, que consigam transmitir o nosso carisma.

Revisão e fortalecimento dos espaços formativos

Os espaços formativos, constituídos por irmãos em formação e formadores, devem ser reforçados, sobretudo no que se refere à qualidade formativa dos formadores, para que assim, possam oferecer um acompanhamento eficaz, especialmente nos dois âmbitos de maior solicitude da atualidade que citaremos a seguir. 

O primeiro âmbito é o carismático: não somos somente religiosos, mas somos religiosos capuchinhos, portanto, devemos conhecer muito bem a nossa espiritualidade franciscana para transmitir estes valores. 

O segundo âmbito é o humano, sobretudo no campo da afetividade e da psico-sexualidade, pois elas são dimensões sobre as quais precisamos refletir; é necessário repensar como tratamos estes temas para poder crescer como religiosos na liberdade, na capacidade de amar, de maneira muito mais universal e gratuita.

Neste sentido, o objetivo fundamental da formação deve ser revisar em nossas circunscrições quais espaços formativos temos, e, como estes espaços devem ser conduzidos por frades que tenham a capacidade de transmitir os nossos valores carismáticos ao mesmo tempo que tenham a capacidade de acompanhar os jovens rumo a uma substancial maturidade afetiva e psico-sexual.

Binômio: estruturas- irmãos

A Ordem deve esforçar-se para refletir e encontrar um equilíbrio entre as estruturas nas quais vivemos e os irmãos.

Nos últimos tempos se tornou latente esta frase: “sacrificamos sempre os frades para manter as estruturas”; por isso do Secretariado da Formação nos esforçamos para desenvolver a “Teologia dos dons”. No processo de acompanhamento, os formadores devem ajudar os formandos a descobrirem quais são os seus dons, os dons que Deus infundiu nos seus corações: de fato, os jovens que batem na nossa porta não devem somente manter as estruturas, mas devem também encontrar um espaço onde possam doar-se a si mesmos e exprimir as aptidões recebidas na fraternidade e serviço pastoral. Alguns dons podem ser frequentemente inclinados ao serviço sacerdotal e outros, direcionados a uma infinidade de outras áreas como a arte, medicina, missão, o trabalho na terra, a ajuda aos pobres, etc. Por isso propomos que nas Circunscrições se saibam dar espaço e adaptarem-se aos diversos dons dos frades, para que possam gerar frutos e estes frutos sejam entregues e doados à Igreja e ao mundo.

Esta é uma das poucas exigências que são Francisco impõe à nossa família, isto é, que não devemos nos apropriar dos dons, pelo contrário, devemos doar com alegria aos outros: à nossa fraternidade, circunscrição, Igreja e mundo.

É importante respeitar- los como se estivéssemos caminhando em um solo sagrado, pois se trata dos dons que Deus- Deus mesmo- presenteou a cada um dos irmãos e por isso não devemos pedir sacrifícios inúteis e estéreis para salvar estruturas que, em muitos casos, não são oportunas nem muito menos necessárias.

Formação para uma pastoral capuchinha

Nos seus quase dez anos de pontificado, sobretudo através de suas duas encíclicas, Laudato sii e Fratelli tutti, o Papa Francisco recorda a toda a Igreja, e de modo particular a nós franciscanos, quais deveriam ser as nossas prioridades pastorais. Sabemos que tudo o que fazemos pelas pessoas é muito bom, mas no íntimo das nossas atividades, deveríamos ter uma maior sensibilidade por tudo aquilo que envolve os mais pobres, com o cuidado da terra, para colaborar e conservar a paz em nossos países, promovendo processos e estruturas de justiça; e com um estilo próprio: trabalhando juntos, como irmãos, não individualmente, procurando evitar a tentação do “narcisismo pastoral”. Façamos todos um esforço, leiamos o Evangelho e com suas lentes, leiamos a realidade para buscar responder aos desafios que nos são apresentados, impulsionados pelos nossos valores carismáticos.

A prioridade nas nossas Circunscrições poderia ser a seguinte: considerar as questões pastorais com este estilo e, junto a elas, a criação de espaços de formação saudáveis, ricos e fortes, propiciando que o nosso carisma verdadeiramente crie raízes em nossas terras. 

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