Ordo Fratrum Minorum Capuccinorum PT

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updated 11:54 AM UTC, Mar 20, 2024

Venerável Daniel de Samarate

Roma, 23 de março de 2017 – Daniel de Samarate (1876-1924), Sacerdote, Missionário, Leproso.

A Ordem se enriquece com um novo Venerável. Dia 23 de março de 2017, o Papa Francisco autorizou a Congregação para as Causas dos Santos a emitir o decreto super Virtutibus de Daniel de Samarate, sacerdote, missionário e leproso, membro da Província de São Carlos na Lombardia.

Felice Rossini nasceu em San Macario, porção do município de Samarate (Diocese de Milão), em 15 de junho de 1876. Em 14 de janeiro de 1890, aos quatorze anos incompletos, ingressou no seminário dos capuchinhos de Sovere (Bérgamo). Ao entrar no noviciado no convento de Lovere (Bérgamo), foi-lhe dado o nome de Fr. Daniel de Samarate e, em 24 de junho de 1892, emitiu a primeira profissão.

O encontro com Fr. Rinaldo de Paullo, assassinado no massacre de Alto Alegre, no Brasil, em 13 de março de 1901, marcou Fr. Daniel pelo ardor que o missionário testemunhava, razão que o impulsionou a pedir para partir, com outros confrades, para a missão do Nordeste do Brasil, confiada em 1892 aos capuchinhos da Lombardia. O território vastíssimo compreendia os Estados do Ceará, Piauí, Maranhão e Pará, com a perspectiva de abrir-se também para o Estado do Amazonas.

Recebido o crucifixo missionário na igreja do Sagrado Coração em Milão, em 8 de agosto de 1898 embarcou para a missão do Brasil, aonde chegou em 30 de agosto. Destinado a Canindé, em 2 de outubro de 1898 foi ordenado diácono e, em 19 de março de 1899, sacerdote.

Designado para a Colônia Santo Antônio do Prata, no Estado do Pará, aí permaneceu até janeiro de 1913, desempenhando os encargos de professor, diretor, ecônomo, superior da fraternidade. Não é possível estabelecer com precisão o tempo e o modo como contraiu a lepra, talvez em 1908, ministrando os últimos sacramentos a uma idosa enferma. De volta à Itália para se tratar em 1909, teve a possibilidade de fazer uma passagem pelo santuário mariano de Lourdes. Não foi curado, mas obteve uma graça-confirmação espiritual de que sua doença teria sido para maior glória a Deus. Após os ineficazes tratamentos italianos, retornou ao Brasil em dezembro de 1909, retomando sua atividade missionária, pastoral e educativa.

Em 1913, deixou definitivamente a Colônia de Santo Antônio do Prata e, em 27 de abril de 1914, foi acompanhado para sua nova residência, ao leprosário de Tucunduba, um ambiente difícil, marcado pela miséria e pelo abandono, esquecido em nível social, médico e espiritual. Por dez anos, exerceu um apostolado intenso e frutuoso, conseguindo transformar o lazareto, de lugar de maldição e pecado, em lugar de bênção e virtude. Um mártir de paciência e caridade!

Enquanto a doença o consumia, Fr. Daniel agradecia ao Senhor por este dom, segundo ele, semelhante ao da ordenação sacerdotal. Sua frequente expressão “Deo gratias” se condensou em uma fórmula que cunhou para louvar o Senhor: “A Deus louvado”, por tudo o que faz.

No dia 25 de março de 1924, Fr. Daniel celebrou seu 25º aniversário de ordenação sacerdotal e, em 9 de maio seguinte, recebeu os sacramentos in articulo mortis. Após dez dias de lucidez, de oração, de total abandono no Pai misericordioso e de espera sem nenhum temor do chamado e recompensa de Deus, às 14h30 de 19 de maio de 1924, adormeceu sereno no Senhor.

Fr. Daniel soube compor sobre suas chagas abertas um canto de gratidão e de reconhecimento ao Pai que está nos céus: A Deus louvado!

Venerabile Daniele da Samarate Venerabile Daniele da Samarate

Última modificação em Quinta, 06 Abril 2017 07:34